sexta-feira, 2 de março de 2012

Pensar, pensar, pensar...

Tenho pensado muito. Pensar angustia. Pensar mata. Mata de raiva, de ansiedade, de medo, de indecisão. Pensar é duro! Pensar é cruel. Pensar aprisiona na impossibilidade; ata os sonhos e desata as lágrimas. Pensar dói. Se pudesse, escolheria não pensar, pelo menos um bom tempo... Daria uma pausa à minha dor, à minha dor de alma. Seria a cura à minha própria dor. A pausa seria um sopro de vida. Não...de esperança. Se eu pudesse, pararia tudo e a mim. Esqueceria. O esquecimento seria a parada onde ficariam acorrentadas todas as idéias. O devir não viria e o pensamento não me faria sofrer. Se tanto fere o pensar, o quanto tortura a incapacidade de agir?... Tenho agido nada. Não agir nada congela. Não agir não é pausa; não é sopro. Não agir também é dor. Se pudesse minhas atitudes seriam corajosas. A covardia e a preguiça não fariam em mim sua morada. Envergonha-me não estar em movimento. E por isso recolho-me. Sequer sinto. Sequer desejo. O sentido perdeu-se. Revelou-se em mim a tal miséria humana. Nada de poesia. Nada de luz. Se eu pudesse bloquearia um pensamento que, como cometa, acabou de cruzar meu cérebro: a semana deveria ser sete noites e apenas um dia, e nesse dia eu me esconderia numa caverna. Pensar pra quê? Sentir pra quê? Agir pra quê? Embora meu pai sempre dissesse que” a ignorância é a mãe de todos os vícios”, se eu pudesse escolheria ignorar. Sem saber não se sofre. Já chega. Não quero pensar no que meu pai falou, mesmo sabendo que ele estava coberto de razão.

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